21 de Janeiro de 2016
Fonte: Nota 10
“É a coisa que eu mais gosto na minha vida”, diz Maria da Conceição Ferreira do Carmo, sobre o trabalho de merendeira na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Do Evangelho, em Vitória do Xingu (PA). Há quatro anos, ela cozinha para 360 alunos do município, na zona rural no sul do estado paraense e em 2015 ganhou um reconhecimento diferente.
Autora da receita de farofa nutritiva, classificada entre as 15 finalistas do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, além de ver o prato fazer sucesso entre alunos e jurados, ela sentiu o gostinho de a iguaria ser transformada em tema de estudo na sala de aula. O Projeto Interdisciplinar Farofa Nutritiva, como foi chamado, envolveu os alunos do terceiro ao quinto ano entre novembro e dezembro de 2015.
Em todas as matérias do ensino fundamental, a farofa foi trabalhada pelos professores e alunos. Na disciplina de português, por exemplo, o gênero receita foi estudado com mais atenção. Já em matemática, a quantidade dos ingredientes, a proporção e a transformação das medidas foram incorporadas ao conteúdo normal.
A origem dos alimentos utilizados no prato foi discutida na matéria de geografia, por meio de visita dos estudantes à casa de farinha da aldeia Pakisamba. Lá, eles puderam conhecer a produção do principal produto da receita, comprado da cooperativa indígena pelo Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal.
Em história, conhecer a realidade das quatro aldeias indígenas da região que fornecem a farinha ampliou a visão dos alunos sobre a receita. O valor nutricional dos ingredientes foi trabalhado, ainda, em ciências. E na disciplina de artes quem deu aula foi a merendeira Maria da Conceição, que colocou os alunos para pôr a mão na massa e se deliciar com a farofa, que chegou à final do concurso promovido pelo Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A competição busca conhecer e valorizar os pratos servidos diariamente a milhões de brasileiros, nas escolas públicas do país, além de reconhecer o trabalho de merendeiros e merendeiras. Quando surgiu a oportunidade de participar do concurso, Maria da Conceição resolveu criar o prato especialmente para inscrevê-lo na disputa.
“Grão de bico, soja, cenoura, beterraba, cebolinha, pimentinha de cheiro e a farinha de puba, típica da região”, são alguns ingredientes da receita citados por Maria da Conceição, esclarecendo que outros tipos de farinha do país também podem ser usados. O importante, diz a merendeira, é a farofa ser cheia de alimentos saudáveis.
Este Blog disponibiliza um acervo com o noticiário sobre as políticas educacionais brasileiras. É parte do Projeto de Extensão Políticas Educacionais na Imprensa Brasileira, coordenado pelo professor Armando C. Arosa, desenvolvido junto ao PROEDES - da UFRJ - O projeto teve início em abril de 2012 e encerrado em janeiro de 2018. Contato-ufrj.proedes@gmail.com ou armando.arosa.ufrj@gmail.com
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