"Em 730 salas anexas do meio rural mato-grossense não há infraestrutura conforme preceitua a legislação", afirma Romildo Gonçalves
Fonte: A Gazeta (MT)
A discussão do Programa Nacional de Educação (PNE), reacendeu a questão da deficiência humana no Brasil. A meta nº 04 deste programa abre possibilidade nesse viés para que os alunos possam ou não serem atendidos apenas em estabelecimentos especializados, dependendo da complexidade do atendimento á que este aluno necessite.
Em Mato Grosso a acessibilidade para alunos com deficiência no meio rural foi esquecida na última década. Das 142 unidades escolares sedes e 730 salas anexas no meio rural mato-grossense não há acessibilidade condizente para a realidade desse estudante conforme preceitua a legislação e a dignidade humana ao aluno ali matriculado.
Existem hoje matriculados nas unidades escolares do campo 400 alunos com deficiência distribuídos em todo território mato-grossense. Na gestão governamental da última década no estado de Mato Grosso, os gestores educacionais e governamentais de então, não conseguiram mirar a questão com a atenção e respeito que ela merecia e merece.
A partir de 2015, governo abriu uma discussão franca e direta, em curso na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e demais secretarias estaduais, aliada a municipalidade visando encontrar meios e mecanismos que viabilize e possibilite uma educação sustentável, respeitosa e fundamentalmente de qualidade para estudante com esse viés.
Em meio à profusão de erros e equívocos das gestões anteriores, que alardeavam-se trabalhar pelo social. Social? Detectamos em meio a esse solecismo da gestão escolar 2.231 professores lecionando nas escolas escolares do campo em condições mínima de trabalho.
Destes profissionais somente 484 são professores efetivos, e 1.747 estão com contratos temporários,gerando alta rotatividade e consequentemente insustentabilidade no meio educacional rural no que se refere a Educação intelectualmente falando. Outro agravante ante social em curso para os profissionais da Educação em tela, é a falta de estimulo, incentivos. Há profissionais que viajam de 10 km a 200 km para administrar aulas, no meio rural sem qualquer apoio ou incentivo para esse fim. Não recebem por exemplo, prolabore para abastecer suas motocas, veículos. Não podem fazer suas refeições nas unidade escolar onde lecionam, não pode utilizar ônibus que transportam os estudantes. Paradoxalmente essa era a política educacional, social e inclusiva propalada!
Questionamos? Como uma gestão com olhar estrábico para a Educação poderia proporcionar as mínimas condições para que o aluno com necessidades especiais pudesse assimilar o básico nesse estado de coisas?
Como ensinar algo em ambiente que praticamente falta tudo! falta infraestrutura de apoio e logística recebê-los! Falta atenção especial! Faltam profissionais habilitados para trabalhar as diferentes inabilidades ou habilidades aguçadas.
Como ensinar algo em ambiente que praticamente falta tudo! falta infraestrutura de apoio e logística recebê-los! Falta atenção especial! Faltam profissionais habilitados para trabalhar as diferentes inabilidades ou habilidades aguçadas.
Dos 400 alunos hoje com deficiência matriculados nas unidades escolares do campo precisando de atendimentos e atenção especial, da qual são merecedores humano e legalmente falando estão a margem desse direito.
Em diálogos direto com gestores, professores e estudantes em diversos pólos do estado denota-se visível constrangimento tanto dos alunos quanto dos demais entes envolvidos no processo. Imagine um discente, ou docente cadeirante em uma escola com escadarias? Sem espaço adequado e acessibilidade às suas necessidades de rotina básica de vida?
Grande parte de profissionais da Educação, embora se esforce para proporcionar um ambiente onde o aprendizado se estenda a todos, também se sentem constrangidos e impotentes diante dessa humilhante, vexatória e desumana situação. Onde está o social e a política inclusiva que foi tão disseminada?
Precisamos, devemos e vamos, pensar e repensar a inclusão como política educacional no meio rural mato-grossense, focar com realismos a sustentabilidade educacional, e não o faz de conta feito na última década. É preciso que o poder público mire a questão de maneira holística, gestores das diferentes esferas de governos mostrem a cara e cumpram legalmente o que preceitua a legislação e a dignidade humana. A questão precisa ser resolvida, e ponto!
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