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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Escolas do Rio discutem racismo e violência no cenário esportivo


29 de Maio de 2015

Fonte: Nota 10

Alunos de quatro escolas municipais, no entorno do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, utilizaram o futebol como aprendizado social e esportivo para discutir questões de racismo e violência inseridas no cenário do esporte. Cerca de 130 meninos e meninas, com idades entre 9 e 15 anos, simularam hoje (28) um tribunal de verdade – com advogados, promotores e Tribunal do Júri – para debater questões de violência e paz no futebol. O projeto do Consórcio Maracanã, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e com a organização não governamental (ONG) streetfootballworld Brasil, ainda está em fase de avaliação, mas a ideia é ampliá-lo no próximo semestre. 

O 1.º Festival Interescolar de Futebol disputado em três tempos vem sendo desenvolvido pelos professores de educação física desde o início do ano letivo. Um pouco diferente do futebol tradicional – que tem 11 jogadores por time, com regras estabelecidas, em que vence a equipe que marcar mais gols –, o futebol disputado pelas crianças em três tempos coloca em jogo o modo como elas enxergam o futebol e os valores que utilizam na vida. 

As partidas foram disputadas entre times mistos, no Estádio do Maracanã. Para aumentar ou diminuir o placar, as equipes precisavam cumprir regras sugeridas pelas crianças. Entre elas, permitir que toda a equipe toque na bola, não falar palavrões nem colocar apelidos ofensivos nos colegas, além de ter fair play (jogo limpo, com espírito esportivo). Para a estudante Isabela Imamura, de 10 anos, foi emocionante jogar no Maracanã, ainda mais com as regras que ela ajudou a criar. 

Diante do cenário do futebol no Brasil, com atos de violência entre torcidas, as crianças contam que depois do projeto percebem que o futebol tem outras possibilidades como a inclusão das meninas no time e um tratamento igualitário entre os jogadores e torcedores. Segundo o aluno Kaíque Pires da Costa, de 11 anos, o projeto proporcionou momentos de diversão e de aprendizado para as crianças. 

A ideia do projeto é inserir a metodologia nas aulas de educação física das escolas e tratar da prevenção da violência. De acordo com a assistente de Responsabilidade Social do Consórcio Maracanã, Gabriela Aguiar, a questão não é o futebol em si, mas o que isso pode proporcionar às crianças em termos de conscientização e liderança de grupo."Me chama a atenção que eles conseguem fazer o link com situações da vida real com facilidade: de quando se sentiram injustiçados, como veem acontecer onde moram, e é assim que a gente consegue um debate maior para aprofundar a reflexão", ressaltou Gabriela.

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