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quinta-feira, 23 de abril de 2015

USP deve adotar Enem para 15% das vagas


23 de Abril de 2015

Uso deve ser aprovado como estratégia para ampliar inclusão; neste ano, nº de alunos da rede pública na universidade subiu de 32,3% para 35,1%

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

A Universidade de São Paulo (USP) quer aprovar ainda neste ano a adoção do Exame Nacional do Ensino médio (Enem) para selecionar parte dos Alunos. O Enem seria usado para preencher 15Ús vagas – essa forma de ingresso estaria voltada para Alunos da Escola pública. A instituição divulgou ontem que em 2015 conseguiu aumentar a proporção de estudantes da rede pública: chegou a 35,1%, ante 32,3% no ano anterior.
 A adoção do Enem tem sido discutida desde o ano passado. Das 42 unidades da USP, 36 já se pronunciaram sobre o assunto e somente duas não recomendaram o exame como forma de ampliar a inclusão. “Houve muitas propostas sobre como melhorar a inclusão, mas a adoção do Enem é praticamente uma unanimidade”, diz o pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes.
 A pró-reitoria vai consolidar a proposta para aprovação até junho no Conselho Universitário, instância máxima da universidade. Assim, a mudança poderia valer já no próximo vestibular. A meta da USP é ter 50% de Alunos da rede pública até 2018. A universidade é pressionada para criar estratégias para aumentar a inclusão – a instituição nunca adotou cotas, mas aposta em um sistema de bônus. Cerca de 85% dos
Alunos de Ensino médio estão em Escolas públicas. Segundo Hernandes, destinar 15% de vagas para o Enem, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), garantiria que a USP cumprisse a meta com velocidade.“As pessoas da universidade entenderam que há a necessidade de ter outro mecanismo de ingresso. Todo mundo tem confiança na Fuvest, mas não dá para fazer isso (aumentar a inclusão) lentamente.” O porcentual de vagas e a exclusividade de participação de Alunos de Escola pública ainda serão discutidos internamente. Pela proposta, a Fuvest continua responsável pela seleção dos demais Alunos, e o sistema de bônus vigente na universidade também continuaria valendo,podendo até ser melhorado. Inclusão.
Dos 10.955 matriculados neste ano, 3.847 (35,1%) vieram de rede pública. Apesar do avanço em relação ao ano passado,o porcentual ficou abaixo da estimativa feita no fim de 2014 pela universidade, que era alcançar 38%. Por outro lado, o número de inscritos de Escola pública teve queda de 32%, o que dificulta a maior inclusão. Hernandes comemorou o resultado, ressaltando que a evolução ano a ano é positiva. “A decisão da universidade de melhorar o bônus fez efeito”, diz.
Aluno de Escola pública tem até 20% de bônus. Para negros ou indígenas, a bonificação chega a 25%. Para este ano, o sistema não levou mais em conta a nota mínima para o cálculo da bonificação, como ocorria antes. A universidade não divulgou os porcentuais de inclusão por curso. Em carreiras concorridas, o número de Alunos de Escola pública costuma ser menor. A inclusão de negros e indígenas também cresceu em 2015.
Entre os Alunos de Escola pública, o porcentual de Alunos pretos, pardos e indígenas passou de 30,3%, em 2014, para 32,1% neste ano. São 2.058 Alunos, que representam 18,8% do total de Alunos ingressantes. O perfil socioeconômico também está se alterando. Em 2008, 58% dos ingressantes vinham de famílias com renda de mais de 7 salários mínimos. Esse porcentual caiu para 43% em 2015, aumentando a proporção de estratos mais pobres.

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