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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Desconto salarial assusta professores do Estado


01 de Abril de 2015

Adequação pegou muitos docentes de surpresa, mas é regular

Fonte: Gazeta do Paraná (PR)


Professores da rede estadual que acessaram ontem seus contracheques do mês de março tiveram um susto com os descontos na folha de pagamento. É que o governo fez algumas adequações salariais normais e muitos professores chegaram a ter desconto de até R$ 800 na folha.
O problema ocorre porque as folhas de janeiro e fevereiro são feitas com base no salário e número de aulas que o professor tinha em dezembro. Como muitos professores iniciaram o ano letivo 2015 com menos horas semanais eles acabaram recebendo a mais nos dois primeiros meses do ano. São os descontos sobre as aulas que o professor recebeu, mas que na prática não tinha direito porque não ministrou as aulas, que estão sendo efetuados. Agora, a folha é feita com base nas aulas distribuídas no atual ano letivo.
A revolta dos professores se deu pelo fato de que além do desconto na folha de março, ocorreu também no contracheque do pagamento do terço de férias que estava atrasado. De acordo com Daniel Matoso, do núcleo regional da APP-Sindicato, os descontos são feitos em três vezes e seriam nas folhas de pagamento de março, abril e maio, mas como o atraso das férias está sendo pago agora o sistema lança uma folha complementar e consequentemente o próximo desconto acaba recaindo sobre ela. Com isso, os professores terão seus descontos apenas nas folhas de março e abril, além da folha complementar.
O procedimento é normal já que alguns professores no ano passado tinham aulas extraordinárias ou adicionais noturnos e neste ano a carga foi reduzida. “Isso é um procedimento normal, não tem como a gente fugir disso. Eu mesmo sofri isso em setembro”, diz Matoso.
Pelas redes sociais houve uma enxurrada de reclamações por parte dos professores. Alguns disseram que o desconto foi acima do normal ou duplicado. Alguns ficaram indignados e sugeriram até greve. “Entrei em desespero, R$ 700 de pagamento”, postou o professor Hugo Junior, de Guarapuava. “É revoltante, quando abri meu contracheque hoje tive vontade de chorar”, escreveu a professora Elza Gaspar.
Muitos professores disseram que o desconto foi acima do esperado. “Eu estou recebendo metade do que deveria. Espero que ele [o governador] me pague em folha complementar ou vou entrar no ministério público alegando trabalho análogo ao escravo”, disse a professora Ana Maria Sabino, de Maringá. O professor Josmar Fonseca, de Ponta Grossa, criticou com veemência os descontos que ele classificou como “deprimente”. Ele postou o contracheque na internet e pediu para os professores não se envergonharem em denunciar.
O salário dos professores, assim como dos demais servidores do Paraná, será depositado hoje pelo governo.
Assembleia
Em reunião extraordinário do Conselho Estadual da APP-Sindicato realizado no último sábado, professores decidiram convocar uma assembleia estadual para o dia 25 de abril na cidade de Londrina. “Estaremos em uma pauta intensa, com campanha salarial, data-base e uma conjuntura desafiadora. Felizmente, foi um Conselho produtivo e, importante ressaltar, com unidade do conjunto das direções e das forças políticas que envolvem a APP. Esta união é fundamental para enfrentarmos as dificuldades colocadas pelo governo do Paraná no nosso caminho”, disse o presidente da APP, Hermes Silva Leão. Os professores decidiram ainda que em todas as visitas do governador Beto Richa pelo interior do estado, ele será recepcionado pelos professores. Na prática isso significa que eles irão protestar contra as políticas do Estado para a educação.

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