30 de Março de 2015
Fonte: Folha de São Paulo
Escolas técnicas participantes do Pronatec decidiram
suspender as aulas do programa e demitir
professores, devido aos atrasos no pagamento do
governo federal.
A gestão Dilma Rousseff ainda não repassou recursos
equivalentes às aulas de novembro, dezembro e
janeiro. Até 2014, a União pagava até 45 dias após
cada mês letivo.
O atraso fez com que os colégios Augustus (MG) e Futura (PR) suspendessem
as aulas, à espera da normalização dos pagamentos. As escolas possuem,
respectivamente, 300 e 220 estudantes.
Os institutos federais de Minas Gerais e o de Farroupilha (RS) também
chegaram a suspender as atividades, mas já retornaram, após pagamento de
parte do atrasado.
Conforme a Folha
informou mês passado,
dificuldades
orçamentárias fizeram
com que o governo
atrasasse repasses
desde o fim de 2014.
Outro problema no
Pronatec é que a União
ainda não informou às
escolas quantos novos
alunos poderão
ingressar no programa
neste ano.
As aulas foram adiadas
em um mês, com
previsão agora para início em junho. Os
colégios já se preparam
para receber menos
alunos.
Dificuldades no
programa fizeram com
que fossem demitidos
professores nos colégios
Factum, Cristo
Redentor e Senac, no
Rio Grande do Sul. Nos
dois primeiros, o corte
ficou em 10%. O Senac
informou que foram 35
docentes.
Questionado sobre os
problemas no Pronatec,
o Ministério da
Educação disse apenas
que, na semana
passada, já trabalhava
para fazer o pagamento
de dois dos três meses
atrasados. O programa
foi uma das principais
bandeiras de Dilma nas
eleições.
EMPRÉSTIMOS "Estávamos recorrendo
a empréstimos
bancários, mas isso tem um limite. E o Ministério da Educação nunca deixa
claro quando pagará", afirmou o diretor do Futura (PR), Marcos Aurélio de
Mattos.
Aluno do curso de massoterapia no colégio, Jeverson Branski, 36, disse
entender a situação da escola. "O Pronatec é uma ótima política de educação, mas está com esse problema de recursos. Demoraremos mais para nos formar
e trabalhar na área."
O colégio Augustus (MG) afirmou que não possui mais caixa, por isso
suspendeu as aulas. A escola já prevê que, dos 300 alunos, devem voltar
apenas 100, pois muitos se frustraram com a situação. "Tivemos de demitir 10% dos professores, suspender investimentos. Como
organizar as atividades nesse cenário de incertezas?", disse a diretora do
colégio Factum (RS), Bárbara Nissola.
Algumas escolas afirmam também que foram avisadas informalmente por
técnicos do ministério de que o Pronatec deve sofrer mudanças para as
próximas turmas.
Uma das ideias é exigir que paguem parte do curso alunos não beneficiados
por programas de auxílio do governo (como Bolsa Família ou auxílio
desemprego). Hoje, os cursos são gratuitos.
Assim, diminuiriam os gastos federais com o Pronatec, ao mesmo tempo em
que os alunos poderiam se comprometer mais com as atividades as escolas
reclamam da alta evasão de estudantes.
Sobre a eventual alteração, a pasta disse que reavalia constantemente
programas.
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