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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sindicato quer fim de mutirão em que professores limpam escolas, no AM

02 de dezembro de 2014
Entidade diz que profissionais devem fazer limpeza, capinação e pintura. Ao G1, Semed diz que participação de servidores é voluntária

Fonte: G1

Professores da rede de ensino de Manaus estão participando de mutirões de limpeza nas escolas onde trabalham, localizadas em sua maioria nas zonas Leste e Oeste de Manaus. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), que quer o fim da atividade. De acordo com a entidade, a ação vale pontos em uma espécie de competição entre escolas. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirma que a participação de servidores é voluntária e trata-se de sensibilização da comunidade escolar.
Em um documento divulgado pelo sindicato, é possível ver uma lista de setores da escola e atividades a serem realizadas durante o mutirão, assim como notas a serem atribuídas, que renderiam à instituição três tipos de certificação: excelente/ótimo, bom e regular.
A assessoria de comunicação do sindicato informou que um professor foi o responsável pela denúncia. O G1 tentou contato com ele, mas as ligações não foram atendidas.
O presidente do Sinteam, Marcus Libório, afirmou que o objetivo do mutirão é dar referência para as escolas municipais, com notas que vão de 6 a 10. "Os profissionais devem lavar, pintar a escola e fazer capinação. Estão usando a mão de obra dos servidores e até mesmo dos alunos e dos pais deles", informou, acrescentando que o mutirão é realizado desde o fim de novembro.
Segundo Libório, a participação dos professores não é obrigatória. No entanto, ele diz que alguns estão sendo cobrados pelas instituições. "Não vemos isso como uma atividade pedagógica, mas o professor que não participar pode ser penalizado. Ainda não temos conhecimento de uma ameaça formal, mas sabemos que há uma cobrança velada por parte dos gestores", acrescentou.
O presidente do Sinteam informou ainda que o departamento jurídico foi acionado e deverá analisar a situação. Ainda segundo Libório, a Instituição deverá acionar o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE). "Queremos o fim disso, porque os próprios professores estão reclamando. Não somos contra o mutirão, só não somos a favor da mão de obra dos professores. Já imaginou um professor lavando o banheiro? Não que seja um demérito, mas não é a função dele e a secretaria tem dinheiro para pagar pessoas que podem fazer isso", apontou.
Em nota, a Semed informou que os pais, alunos e professores participam dos mutirões de forma espontânea. Ainda de acordo com a pasta, a ação é comum e ocorre há mais de dez anos. "O mutirão é desenvolvido como uma forma de sensibilização da comunidade escolar para o cuidado e preservação do patrimônio público", completou a nota.


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