PESQUISA

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Nº de negros na faculdade em 2013 é menor que o de brancos em 2004

17 de dezembro de 2014
Em 2013, 40,7% dos negros entre 18 e 24 anos estavam no Ensino Superior. Já o número de universitários brancos foi de 47,2%, em 2004, para 69,4%, em 2013

Fonte: G1

A expansão de matrículas no ensino superior nos últimos dez anos fez com que a porcentagem de brasileiros de 18 a 24 anos matriculados em uma universidade ou faculdade subisse de 32,9%, em 2004, para 55% em 2013, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas o recorte racial mostra que esse crescimento foi desigual. Em 2013, 40,7% dos negros de 18 a 24 estavam no ensino superior. Já entre o grupo de brancos da mesma idade, 69,4% estavam matriculados em cursos de graduação no ano passado.
As novas estatísticas do IBGE, levantadas a partir de cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2013, mostram que, no ano passado, os jovens que se autodenominam pretos ou pardos não conseguiram superar a taxa de matrícula no ensino superior registrada pelos jovens brancos dez anos antes, em 2004. Em 2013, segundo a Pnad, o Brasil tinha mais jovens de 18 a 24 anos pretos e pardos no ensino médio do que no superior.
Os especialistas consideram que, na idade entre 18 a 24 anos, a série ideal de escolaridade dos jovens é estarem matriculados em cursos de graduação em instituições de ensino superior.
Nos níveis do ensino básico, a desigualdade racial persiste. Em 2013, a porcentagem de pretos e pardos nessa faixa etária que estavam matriculados no ensino médio foi de 43,4%. Entre os jovens brancos, o número cai para 22,4%.
No ensino fundamental, 8,8% dos pretos e pardos de 18 a 24 ainda cursavam alguma das nove séries, enquanto o número de brancos da mesma idade nessa situação foi de 2,9%.
Segundo o IBGE, "a democratização do perfil dos estudantes do ensino superior na rede pública e na privada tem contribuído para o aumento da população com ensino superior completo".
Comparação
Só 15,2% dos brasileiros com 25 a 34 anos tinha ensino superior completo em 2012, muito abaixo da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra o levantamento divulgado pelo IBGE. Na Turquia, essa porcentagem foi de 21%. Na Coreia do Sul, 65,7% das pessoas entre 25 e 34 tinham o ensino superior completo.
De acordo com o documento divulgado nesta quarta, os dados "revelam uma série de avanços em diversos aspectos das características educacionais da população brasileira, mas também apontam para importantes desafi os a serem enfrentados, tendo como referência, por exemplo, as metas do PNE [Plano Nacional de Educação]".
O IBGE destacou o aumento da frequência escolar e a redução da distorção idade/série registrados em todas as faixas etárias analisadas, "ainda que universalização dos níveis recentemente incluídos no ensino obrigatório ainda não tenha sido alcançada".


Só 14,4% das jovens de 15 a 29 anos que trabalham e estudam têm filhos
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (17) mostram que as jovens de 15 a 29 anos que têm filhos enfrentam mais dificuldade para manter seus estudos ou continuar no mercado de trabalho do que as mulheres desta idade que não têm filhos.
Segundo os dados cruzados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), 35% das brasileiras dessa idade têm pelo menos um filho. Divididas em quatro grupos, o das jovens que só estudam, das que trabalham e estudam, das que só trabalham e das que nem trabalham nem estudam, as que têm pelo menos um filho só são maioria no último caso.
Só 14,4% das mulheres de 15 a 29 anos que trabalham e estudam têm filhos. Decidar-se apenas aos estudos depois de ter um ou mais filhos parece uma tarefa ainda mais difícil, de acordo com a pesquisa. Entre as jovens dessa idade que só estudam, as que são mães respondem por apenas 7,1% do total de matrículas. Segundo o IBGE, 44% das jovens que trabalham e estudam também são mães.
Mas a mães adolescentes ou jovens representam 57,1% das mulheres de 15 a 29 anos que não têm nem um emprego nem estão estudando.
Considerando os dois gêneros, a proporção dos jovens de 15 a 29 anos que só estudavam foi de 22,7% em 2013. Já a porcentagem daqueles que trabalhavam e estudavam foi de 13%. Jovens que só trabalhavam respondiam por 44,% dos entrevistados, e, segundo o IBGE, praticamente um em cada cinco jovens nessa faixa etária não frequentava escola nem trabalhava. Entre os jovens nesta situação, 45,8% vivem no Nordeste ou no Norte.
Afazeres domésticos
Os homens de 15 a 29 anos continuam contribuindo menos para os afazeres domésticos do que as mulheres da mesma idade. Segundo o IBGE, 40,8% deles afirmaram que cuidavam de afazeres domésticos na semana de referência da Pnad. Entre as mulheres, essa porcentagem subiu para 82,4%.
Em média, as mulheres trabalham 20,2 horas por semana no cuidado da casa, mais que o dobro da quantidade média de 9,2 horas que os homens jovens dedicavam a esses afazeres toda semana.
Os homens que não trabalham nem estudam são também os que menos ajudam em casa. Segundo a Pnad 2013, só 39,3% deles cuidavam dos afazeres domésticos no ano passado. Os que mais ajudam são os homens jovens que só se dedicam aos estudos (42%).
Já entre as mulheres, entre as que têm trabalho e estudos na rotina diária, 74,6% também cuidavam dos afazeres de casa. Das que só estudam, 77,9% ajudavam em casa. As mulheres de 15 a 29 anos que só trabalham também cuidam da casa, assim como 89,2% das mulheres que afirmaram estarem fora do mercado de trabalho e da sala de aula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário