28 de outubro de 2014
Métodos tecnológicos diversificam a prática pedagógica do professor e promove atividades que ajudam no progresso cognitivo das crianças com deficiências
Fonte: Correio Braziliense (DF)
O mundo tecnológico cria possibilidades inesgotáveis de acesso a informações, conteúdos curriculares e conhecimentos em geral. Para a maioria da população, ter um smartphone, tablet ou computador é algo comum na rotina profissional e pessoal. Se o uso da tecnologia influencia o modo como se vive hoje, às vezes, de maneira essencial, imagine quando é aplicada para ajudar quem vê o mundo de um jeito diferente. O desenvolvimento da Educação por uma perspectiva inclusiva é um conceito que amplia o aprendizado de pessoas especiais.
A Professora Mara Rodrigues trabalha há 15 anos com Alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Além da Escolarização, promove atividades que ajudam no progresso cognitivo das crianças com deficiências. Segundo a Educadora, métodos tecnológicos diversificam a prática pedagógica do Professor. “Vejo a tecnologia como uma ferramenta que amplia meu trabalho dentro de sala de aula. Como lidamos com crianças que têm transtorno global do desenvolvimento, temos que usar mais técnicas sensoriais. A grande maioria dos Alunos se interessa pelo computador, por tablets. Então, transferimos uma pouco da nossa prática para esses recursos”, avalia a Professora Mara Rodrigues.
A diversidade tecnológica viabiliza diferentes alternativas e concepções para o aprendizado. A aplicação vai além das ferramentas e dos suportes para a realização de tarefas. O meio constitui realidades que configuram novos ambientes de construção e produção de conhecimentos. Na Escola Classe da 416 Sul, 30 Alunos especiais frequentam a instituição. Do primeiro ano ao quinto ano do Ensino fundamental, as crianças são assistidas por profissionais capacitados e com atendimento educacional especializado. O material é fornecido pelo Ministério da Educação (MEC) e adaptado de acordo com cada deficiência.
A Educadora notou que o interesse dos Alunos aumenta quando se aplica algum tipo de tecnologia na aula. “É a linha de entrada para ensinarmos. Às vezes, não conseguimos com o caderno e o lápis, mas sim com o computador. Outro aspecto do processo que melhorou foi o desenvolvimento de outras áreas, como a percepção, a habilidade motora, a comunicação e a concentração”, conta.
Conquista brasiliense
O trabalho de conclusão de curso de dois Alunos de ciência da computação da Universidade de Brasília busca ajudar Alunos especiais a ampliarem e melhorarem a convivência social. O projeto desenvolvido por Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva, sob a supervisão do Professor Wilson Veneziano, ganhou o nome de Aproximar. A iniciativa pioneira quer complementar a Educação de jovens e adultos com dificuldades de aprendizagem decorrente de deficiências como o autismo e a síndrome de Down.
O trabalho de conclusão de curso de dois Alunos de ciência da computação da Universidade de Brasília busca ajudar Alunos especiais a ampliarem e melhorarem a convivência social. O projeto desenvolvido por Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva, sob a supervisão do Professor Wilson Veneziano, ganhou o nome de Aproximar. A iniciativa pioneira quer complementar a Educação de jovens e adultos com dificuldades de aprendizagem decorrente de deficiências como o autismo e a síndrome de Down.
“A ideia do projeto surgiu depois que fizemos um levantamento nas Escolas públicas do estado. O software foi desenvolvido para ser multimídia, com recursos de áudio e vídeo. Assim, conseguimos atender a atenção do estudante para trabalhar a questão da afetividade. Testamos o programa com os Professores para levantar todas as demandas educacionais e facilitar o uso”, afirma o Professor Wilson.
Em março deste ano, o programa, que pode ser baixado gratuitamente no site do projeto (www.projetoparticipar.unb.br), foi distribuído publicamente. Mais de 650 Escolas do Distrito Federal já utilizam o software, além de unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em todo o Brasil. O MEC pretende levar o projeto pioneiro para 93 mil Escolas públicas.
O programa traz comandos simples como dar tchau, mandar beijo, dizer joia com o polegar e negar com a cabeça. Por meio de um sensor Kinect — tecnologia primeiramente desenvolvida para ser aplicada em videogames —, os movimentos da criança são captados para o computador. Quando o Aluno consegue reproduzir a ação ordenada, recebe um reforço positivo para que ele perceba o progresso. “Com o software, ensinamos gestos sociais. Alguns Alunos aprendem melhor quando se veem no monitor. Conseguimos que eles imitassem movimentos socialmente aceitos por meio da ferramenta. Hoje, eles executam os ensinamentos no dia a dia. É uma conquista generalizada e com funcionalidade”, explica Mara.
O que é
Categoria que engloba cinco transtornos caracterizados por atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas, incluindo socialização e comunicação. São eles: autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (síndrome de Heller), síndrome de Asperger, e TGD sem outra especificação, que inclui autismo atípico.
Matéria foi publicada apenas no veículo impresso
Categoria que engloba cinco transtornos caracterizados por atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas, incluindo socialização e comunicação. São eles: autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (síndrome de Heller), síndrome de Asperger, e TGD sem outra especificação, que inclui autismo atípico.
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