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domingo, 21 de setembro de 2014

Editorial: As notas vermelhas da Educação

21 de setembro de 2014
"Os indicadores de todos os ní­veis mostram que a Educação bra­sileira, apesar de todos os discursos políticos, ainda não tem a atenção que os alunos merecem e que o futuro do país exige", afirma revista

Fonte: Revista Época

A fragilidade da Educação brasileira foi exposta nas últimas semanas, com a divulgação de vários indicadores nacionais e internacionais. O índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), o principal termômetro da qualidade do Ensino, mostrou que, mesmo com a melhora no índice dos primeiros anos do fundamental, a etapa que vai do 6º ao 9º ano está estagnada, e que o Ensino médio regrediu em 16 Estados.
Encarar o Ensino médio como única etapa que precisa de atenção, no entanto, é um engano. Há muito com que se preocupar, desde os primeiros anos Escolares até a universidade.
O péssimo resultado do Ensino médio é, em grande parte, um re­flexo da má qualidade do Ensino dos anos anteriores. Calculado a cada dois anos, o Ideb é composto de uma prova de português e ma­temática e da taxa de aprovação dos Alunos. Apesar de o governo não ter divulgado as notas das provas (o melhor indicador do aprendizado), é possível afirmar que a Escola pública do 6º ao 9º ano desperdiça a vantagem de ter Alunos que chegam mais bem pre­ parados, vindos dos primeiros anos, e entrega ao Ensino médio Alunos que não conseguem trans­formar fração em porcentagem.
Outro sinal de que a Educação do país precisa de uma reforma geral veio da OCDE, organização internacional que reúne as princi­pais economias do mundo. Entre 2000 e 2011, o Brasil foi o que mais aumentou os gastos com Educação entre todos os países, de 3% do PIB, para 6,1%. Gastamos US$ 2.900 por Aluno por ano, bem abaixo da média de US$ 8.900. O Aluno do Ensino superior recebe o quádruplo do estudante do Ensino básico - é a maior diferença dentro da OCDE. Em 2011, apenas 13% da população entre 24 e 65 anos tinha um diploma (a média da OCDE é 33%). Isso torna o resul­tado do último censo da Educação superior ainda mais preocupante. Pela primeira vez, em dez anos, o número de formandos diminuiu.
Os indicadores de todos os ní­veis mostram que a Educação bra­sileira, apesar de todos os discursos políticos, ainda não tem a atenção que os Alunos merecem e que o futuro do país exige.

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