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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Alunos estão sem aulas, sem luz e sem escola

26 de setembro de 2014
Alunos fecharam na manhã de ontem avenida para denunciar que, dentre outros problemas, o prédio da escola está interditado há mais de um ano

Fonte: Diário do Pará (PA)

Obrigados a conviver diariamente com a completa ausência de estrutura, Alunos, pais e Professores da Escola Estadual Albaniza de Oliveira Lima decidiram, na manhã de ontem, lutar mais uma vez pelo direito a uma boa Educação. Com cartazes e camisas que formavam a palavra ‘descaso’, os Alunos fecharam na manhã de ontem um sentido da avenida Almirante Barroso por cerca de uma hora para denunciar que, dentre outros problemas, o prédio da Escola está interditado há mais de um ano.
Apoiador do movimento, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) reforçou que os problemas já vêm sendo apresentados ao Governo do Estado há bastante tempo, sem que nenhuma solução tenha sido apresentada até então. “A Escola está sucateada. Os Alunos estão estudando em salas improvisadas por completa falta de estrutura”, apontou o coordenador geral da executiva Belém do sindicato, Maurilo Estumano, ainda antes dos Alunos ocuparem a rua. “Apoiamos o movimento dos estudantes porque temos que caminhar juntos. A Escola está completamente abandonada por falta de manutenção do próprio Governo”.
Com cartazes que tentavam explicar à toda a sociedade os problemas enfrentados na Escola, os Alunos decidiram caminhar pela avenida Almirante Barroso até o cruzamento com a avenida Júlio César, interditando a pista por cerca de uma hora.
Prédio está interditado há um ano e quatro meses
Indignada com a condição em que é obrigada a assistir aula, a estudante do segundo ano do Ensino médio, Jamille Leão, reforçou que a manifestação já era a quinta realizada pela comunidade Escolar para cobrar a resolução dos problemas. “A Escola está caindo. Há um ano e quatro meses o prédio está interditado e a gente tá tendo que assistir aula em outro prédio improvisado que fica nos fundos”, apontou, ao lembrar que, somado a isso, os Alunos estão sem aula há uma semana. “Ninguém está nos socorrendo. A interdição foi feita pela própria Seduc”.
Também afetados pela falta de estrutura, os Professores confirmaram as reclamações dos Alunos. De acordo com a Professora Mara Aguiar, a interrupção nas aulas desde a última terça-feira foi provocada pela queda de uma árvore que suspendeu o fornecimento de energia elétrica . “Não tem água nem banheiro decente, e estamos ocupando o prédio de trás com salas pequenas. É difícil trabalhar nessas condições”, reforça. “Estamos há mais de uma semana sem energia, os Alunos estão sem aula e a gente se preocupa porque muitos vão prestar vestibular no final do ano”.
Sem abrir mão do sonho de ver o filho cursar o Ensino superior, a dona de casa Cleyse Barroso não escondeu o apoio à luta dos Alunos e Professores. “Eles estão sem aula praticamente às vésperas do Enem (Exame Nacional do Ensino médio).
A gente tá tendo que tirar da onde não tem pra pagar um cursinho pra eles estudarem”, indignava-se. “Isso não pode continuar desse jeito, por isso que a gente apoia a manifestação”.
Reforçando a todo o momento que só sairiam do local após a chegada de alguma autoridade que desse início a um processo de negociação, a espera dos manifestantes foi mais longa do que imaginavam. Mesmo interditando a via por completo, nenhuma autoridade compareceu ao local para ouvir os estudantes.
O protesto foi encerrado apenas após os manifestantes saírem em caminhada pela Almirante Barroso em direção à Lomas Valentinas. “O Governo do Estado foi quem colocou a gente nessa situação. Se tivéssemos salas de aula dignas estaríamos lá estudando e não aqui atrapalhando o trânsito”, diziam ao microfone. 

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