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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Federais chegam a 1 milhão de alunos, mas sofrem com obras inacabadas


PAULO SALDAÑA - O ESTADO DE SÃO PAULO - 05/05/2014 - SÃO PAULO, SP

As universidades federais ultrapassaram em 2013 pela primeira vez a marca de 1 milhão de matrículas. Dados preliminares do Censo da Educação Superior do ano passado, obtidos com exclusividade pelo Estado, mostram salto de 23% nas matrículas em comparação a 2012.
Desde 2003, o volume de matrículas nas federais dobrou, principalmente por causa do programa de expansão lançado em 2007. Entretanto, o número de professores não cresceu na mesma ordem e quase 30% das obras de infraestrutura ainda não ficaram prontas. As matrículas de 2013 somam vagas presenciais e também na modalidade a distância, responsável por 11% do total. `Ter um milhão de matrículas é uma meta que vínhamos perseguindo`, afirmou o ministro da Educação, Henrique Paim.
O total de alunos do ensino superior, segundo o censo anterior, de 2012, era de 7 milhões - 73% em universidades particulares. De acordo com o Ministério da Educação, o número de vagas nas federais chegou a 337.356 em 2013. O ano de 2013 foi o primeiro também em que a marca de 100 mil concluintes na rede federal foi ultrapassada, chegando a 103 mil formandos. A expansão da rede federal teve forte avanço a partir de 2007, quando o governo federal criou o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Quase 20 universidades foram criadas, chegando a 63 neste ano, e mais de 170 novos câmpus foram abertos - muitos em cidades do interior.
As obras de infraestrutura, entretanto, não acompanharam o ritmo da expansão. Dos mais de 3,5 milhões de metros quadrados de construções previstos, 27% ainda não estão finalizados. Cerca de 13% das obras estão ainda em fase de licitação ou paradas (4% do total). A expansão considera 5.008 obras, das quais 73% estão prontas. `O ritmo é compatível com a oferta de vagas e matrículas`, defendeu o MEC em nota.
Reclamação. Alunos e professores de vários câmpus reclamam do processo. `Não adianta fazer expansão sem oferecer qualidade, estamos há muitos anos em condições precárias`, diz uma professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do câmpus Guarulhos, na Grande São Paulo, que pediu para não ser identificada.
A unidade é um exemplo de como alunos e professores sofreram com problemas de planejamento de obras. Inaugurada em 2007, ainda hoje não tem prédio principal. Depois de vários anos de atraso, as obras começaram no ano passado e as aulas de modo improvisado em um prédio no centro da cidade.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Jesualdo Farias, há obras em andamento em praticamente todas as universidades. `É razoável termos 70% de tudo pronto. Mas precisamos pensar em consolidar os câmpus`, diz.

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