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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ensino superior cresce menos em 2012

 
18/09/2013
Censo mostra que o aumento do número de matrículas no ano passado foi de 4,4%, enquanto que em 2011 o porcentual chegou a 5,62.O ensino superior teve um crescimento menor no número de matrículas no ano passado» Foi o que revelou o Censo da Educação Superior 2012, divulgado ontem pelo Ministério da Educação» Enquanto em 2011 o aumento em relação a 2010 chegou a 5,6% (de 6,38 milhões para 6,7 milhões), em 2012 o porcentual foi de 4,4% - 7,03 milhões.
O número foi minimizado pelo ministro da Educação,Aloizio Mercadante, que atrelou o fato à recente onda de fusões das universidades privadas. Tem havido muitas fusões, grupos que adquiriam outros. !Seguramente isso explica a pequena redução na expansão, justificou. Para ele, o dado que merece mais atenção é a quantidade.
 Para Roberto Lobo, especialista em gestão na área de Educação, 0 crescimento mais fraco nas matrículas é um reflexo do baixo número de formados no ensino médio, ciclo que tem muita evasão. "0 aumento da procura de cursos de graduação por uma exigência do mercado é um fenômeno que se saturou." O-mercado também explica por que 0 setor de Engenharia foi 0 que teve maior alta de matrículas (16,0% entre 2011 e 2012). Â participação dessa área no total de cursos foi de 11,3% para 12,6%. Segundo 0 economista e especialista em Educação Cláudio de Moura Castro, isso é reflexo da indústria superaquecida.
de novos alunos. "A evolução dos ingressantes no sistema tem ocorrido numa velocidade fantástica", afirmou.
Na comparação dos dois últimos anos, a quantidade de ingressantes no ensino superior aumentou 17,1% - passou de 2,35 milhões para 2,75 milhões. Em 2002, o número de novos estudantes era 91,9% menor, em torno de 1,43 milhão.
Outro dado que chama a atenção diz respeito ao ensino noturno. A evolução histórica mostra que a quantidade de matrículas em cursos no período da noite mais do que dobrou de 2002 para 2012. No início da década, o número de alunos matriculados em cursos diurnos eraprati-
0 País tem uma proporção muito maior de matriculados na área de Educação do que a média dos países mais desenvolvidos, representados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São 19,4% dos matriculados no País, ante 9,9% na OCDE. Para Castro, 0 Brasil hoje recupera a falta de investimento nas últimas décadas. MA OCDE já forma pessoas em quantidade adequada. Já o Brasil não fez nos últimos 20 anos o que os países desenvolvidos fizeram no século 19."
Já a participação de formam-dos em Humanidades e Artes no total de matrículas no Brasil (2,3%) é musto menor do que a da OCDE (11,4%). Para Castro, a formação na área é vista por muitos como "um luxo" em um momento em que há necessidades em setores estratégicos.
Para o ministro, essa mudança de cenário se deve ao desemprego no País, que atingiu a menor taxa da história no primeiro semestre deste ano, com uma média de 5,7%. "O mercado de trabalho está muito aquecido, a taxa de desemprego está baixa e muitos trabalhadores também estudam.77 Mercadante afirmou que a ampliação da educação superior tem sido impulsionada especialmente pelas universidades públicas, cujo aumento no número de matrículas foi de 7% de 2011 para 2012.
Esse porcentual cai pela metade quando se trata das instituições particulares. Em 10 anos, a rede pública cresceu 74%, embora ainda seja responsável pela menor parte da demanda - as particulares concentram 73% do total de alunos. "Antes, tínhamos a ausência de políticas
públicas que induzissem o setor privado e não havia a expansão do setor público, estagnado durante muito tempo.77
Os dados mostram que a maioria dos cursos diurnos está nas universidades públicas, enquanto as privadas concentram os noturnos. O ministro destacou, contudo, a necessidade de "ocupar a capacidade ociosa77 na rede, o que tem sido feito com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que usa a capacidade de algumas universidades privadas nos períodos matutino e vespertino.
Corp© docente» A rede pública de ensino superior concentra a maior parte de professores com doutorado - nelas, 51,4% dos docentes têm a pós-graduação. Nas particulares o porcentual é de 17,8% do total. Os profissionais com mestrado correspondem a 30% do corpo docente da rede pública e 45% da privada.

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