Impasse na rede estadual continua
06 de junho de 2012 - Fonte: Tribuna da Bahia (BA)
Os Professores da rede estadual decidiram, em assembleia realizada ontem pela manhã em frente à sede da Secretaria de Educação do Estado (SEC), manter a greve que completa 57 dias
Os Alunos da rede pública de Ensino que estavam ansiosos para voltar às aulas ainda esta semana terão que esperar mais algum tempo. Os Professores da rede estadual decidiram, em assembleia realizada ontem pela manhã em frente à sede da Secretaria de Educação do Estado (SEC), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, manter a greve que completa 57 dias.
De acordo com a direção do Sindicato dos Professores (APLB), uma nova assembleia está marcada para a próxima terça (12), às 10h. Além disso, na segunda-feira (11), às 18h30, o comando da paralisação se reúne para avaliar o movimento.
Ainda ontem pela manhã, a expectativa era a de que os Professores aceitassem a proposta oferecida por Jaques Wagner de conceder promoção, por meio de curso, com ganho real de 7%, em novembro de 2012 e mais 7% em abril de 2013, somado aos reajustes já concedidos este ano (6,5%), a proposta resulta em ganho total de 22 a 26%.
Porém, os Professores grevistas alegaram que cerca de 8 mil profissionais da área de Educação não serão contemplados pela proposta do governo, dentre eles estão Professores aposentados, afastados por conta de licença médica e os recém concursados em estágio probatório.
Além disso, houve divergência quanto à realização das provas para mudança de nível, que serão realizadas após um curso online, voltado apenas para os cerca de 32 mil Professores que estão em atividade.
O presidente da APLB, Rui Oliveira considerou a proposta do governo como um “avanço”. “Ainda não é suficiente. A proposta precisa atingir toda a categoria. Para quem dizia que não ia negociar enquanto a greve não terminasse, é um avanço de posicionamento, mas não na negociação. Essa proposta não atende às nossas reivindicações, mas continuamos com diálogo aberto”, explicou o presidente da APLB, Rui Oliveira. Governador se diz decepcionado O governador Jaques Wagner afirmou ontem, em entrevista na governadoria (CAB), que a decisão de manter a greve dos Professores da rede pública estadual é “inexplicável” e que foi recebida com “tristeza, decepção e indignação”.
Ele revelou que a proposta de ganhos escalonados saiu de integrantes da APLB/Sindicato e foi incorporada pelo governo e ressaltou que em nenhum momento se falou de que será necessária uma prova, mas sim cursos de qualificação.
“Ninguém terá que fazer prova, só terá que estar presente nos cursos”, esclareceu.O fato de uma nova assembleia ter sido marcada para terça-feira da próxima semana (12), um hiato de sete dias, sugere, para o governador, descaso com a situação dos Alunos. “Não consigo entender o que passa na cabeça desses Educadores e de suas lideranças.
Fui sindicalista, da iniciativa privada, e (quando em greve) as nossas assembleias eram permanentes, às vezes duas ou três vezes ao dia. Eles, sindicalistas do serviço público, estão prejudicando os Alunos mais carentes da sociedade”, falou o governador, acrescentando que não há direito a salário que seja maior que o direito dos Alunos à Educação.
Sobre as afirmações, dos sindicalistas, de que o governo estaria sendo intransigente, Jaques Wagner lembrou que a cada vez que o governo se movimenta (apresenta uma proposta) “eles não saem do lugar”. “Quero, cada vez mais, valorizar os Educadores, mas tenho limites”, observou. Prejuízos para os estudantes A Secretaria de Educação do Governo da Bahia lamentou a decisão da assembleia dos Professores pela manutenção da greve, que prejudica todos os estudantes e ameaça o ano letivo. “É uma intransigência continuar com a greve, principalmente, porque a proposta apresentada, inicialmente, foi sugerida pela representação da APLB Sindicato”, afirma o secretário Osvaldo Barreto.
Pela proposta, o governo concede aos Professores licenciados promoção, por meio de curso, com ganho real de 7%, em novembro deste ano e mais 7% em abril de 2013. Somando aos reajustes já concedidos este ano (6,5%), a proposta resulta em ganho total de 22 a 26%.
O diferencial dessa proposta é associar o ganho com a formação para os Professores licenciados, o que contribui diretamente para a melhoria da qualidade do Ensino e da aprendizagem.
A decisão de marcar nova assembleia para o dia 12 de junho também foi criticada pelo secretário. “Mais uma semana sem aula para milhares de estudantes, inclusive, aqueles que prestarão vestibular e ENEM. É um descaso com os Alunos suas famílias”, declarou Barreto.
Em nota, o secretário conclama os Professores da rede estadual, que ainda estão fora da sala de aula a considerarem a proposta apresentada que garante ganhos entre 22 e 26%. Pelo levantamento diário feito pela secretaria, das 1.411 Escolas em todo o estado, cerca de 50%, estão funcionando normalmente.
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