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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Danificada pela chuva, escola em MG faz revezamento de alunos

29 de fevereiro de 2012
Segundo vice-diretor, essa foi a única forma encontrada para suprir a falta de salas de aula: das 17 salas, sete foram interditadas

Fonte: Terra

NEY RUBENS
Direto de Belo Horizonte

Por causa de problemas causados por um temporal ocorrido no dia 29 de dezembro, as aulas na Escola Municipal Vereador Benedito Batista no bairro Xangrilá, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, estão sendo dadas em sistema de revezamento: dia sim, dia não. "Temos dois turnos. De manhã, os menores do primeiro ciclo vêm, por exemplo, na segunda-feira. Na terça vêm os meninos de terceiro ciclo. A mesma coisa à tarde: primeiro ciclo em um dia e o segundo e terceiro, no outro. E assim a gente vai fazendo", explica o vice-diretor Gleison Costa.
Segundo ele, esta foi a única forma encontrada para suprir a falta de salas de aula que foram danificadas - das 17 salas, sete foram interditadas. "O rodízio na escola começou em função da falta de salas disponíveis para toda a demanda de alunos que temos na escola. Não temos salas suficientes para receber 800 alunos nesta escola. O telhado foi arrancado de sete salas de aula, a parte elétrica foi danificada e a pintura também. As salas não têm condições de receber alunos. Há um cheiro de mofo muito forte e muita água vazando. Até hoje temos entulho, ferros distorcidos, e os entulhos, além de acumular água e trazer doenças, tem menino que pega e joga nos outros, que podem se machucar", explica.
De acordo com o vice-diretor, a prefeitura retirou parte dos entulhos e colocou uma lona no teto, mas não resolveu. "Continua vazando água na sala de aula. Hoje que estão chegando as telhas. Depois tem a pintura e a parte elétrica para ter condições adequadas para atender alunos e funcionários. Enquanto isso, a gente se vira do jeito que pode, em função dessa situação que a prefeitura não conseguiu resolver", concluiu.
Costa disse que, mesmo com o problema, os professores são obrigados a cumprir a carga horária: "Os funcionários todos estão vindo. A reclamação maior é por parte dos pais. Eles estão preocupados em saber se os dias letivos estão sendo cumpridos. Serão cumpridos sim", garante.
A prefeitura de Contagem informou aos pais e professores que contratou uma empresa para reformar a escola. Um anúncio afixado no local garantia que até o dia 21 de fevereiro a escola estaria funcionando normalmente. Nesta quarta, dia 29, uma funcionária informou que somente a partir de 1º de março as aulas voltarão ao normal.
Rotina alterada 
Enquanto as aulas são dadas em sistema de rodízio, pais e estudantes fazem um esforço para minimizar os prejuízos. O estudante Ariel Lelis Araújo, 14 anos, por exemplo, reveza com o irmão: "Não tem sala para estudar, ai tem que fazer rodízio mesmo. Só faltei dois dias porque meu irmão veio pra aula. Quando eu não venho meu irmão vem. Eu fico dormindo, assistindo televisão em casa. Prejudica muito meu estudo", diz.
"Estamos no terceiro ano e nos preparando para o Enem. Ficamos uma semana sem aula e consequentemente vamos ter que repor isso depois. E acaba não repondo da mesma forma se tivesse aula normalmente. Não tem nem como começar a estudar em casa, porque não tinha nem matéria para ser vista", completa a aluna Carolina Gomez de Alcantara, 16 anos.
A aposentada Alexandra Siqueira Martins, 38 anos, diz que a filha tem ficado até três dias da semana em casa por causa do problema: "Minha filha está na oitava séria e infelizmente está participando no esquema de rodízio por falta das telhas que caíram. E isso está prejudicando muito os estudos. O trabalho na escola é bem feito, com ótimos diretores e professores, mas a única coisa que falta é a escola ficar completa. Minha filha vem um dia e fica fora dois dias. Ela fica doida pra vir à escola, porque ela vai ficar atrasada e a gente não quer isso. Agora tem pouca matéria, mas mesmo assim ela vai lendo um livro, se virando como pode".

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