05 de janeiro de 2012
Professor afirma que as notas calculadas pela Teoria da Resposta ao Item têm sido utilizadas na seleção ao Ensino Superior de forma equivocada e que ocasiona distorções determinantes no processo de seleção
Fonte: UOL
Depois de ver negado pela Justiça Federal seu pedido de cancelamento dos efeitos da nota de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, decidiu acrescentar à ação um estudo técnico que, segundo ele, comprovaria distorções na metodologia de avaliação.
- O professor Leonardo Cordeiro, mestre em matemática pura e aplicada, no Rio de Janeiro, e em Econometria pela London Business School, assina o estudo que o procurador vai anexar ao pedido, que será feito na próxima segunda-feira (9) à Justiça Federal do Ceará.
Nele, o professor argumenta que as notas calculadas pela TRI (Teoria da Resposta ao Item) têm sido utilizadas na seleção ao ensino superior de forma equivocada e que ocasiona distorções determinantes no processo de seleção.
Segundo Cordeiro, não é possível utilizar no cálculo do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), por exemplo, uma prova com TRI (a objetiva) e outra sem (a redação).
Isso poderia, diz, trazer prejuízos aos candidatos e alterar até a lista de aprovados. A primeira chamada do Sisu está prevista para o dia 15. Em relação às supostas falhas, o MEC (Ministério da Educação) disse que não recebeu o estudo e, por isso, não vai se pronunciar.
Isso poderia, diz, trazer prejuízos aos candidatos e alterar até a lista de aprovados. A primeira chamada do Sisu está prevista para o dia 15. Em relação às supostas falhas, o MEC (Ministério da Educação) disse que não recebeu o estudo e, por isso, não vai se pronunciar.
Duas listas
Costa Filho afirmou que vai entrar com um pedido na Justiça para que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgue duas listas de aprovados em cada curso no Sisu.
Costa Filho afirmou que vai entrar com um pedido na Justiça para que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgue duas listas de aprovados em cada curso no Sisu.
Uma das listas seguiria a atual correção (teoria de resposta ao item [TRI] para as provas objetivas mais a redação); a outra, com uma nova contagem de pontos da objetiva (sem o uso da teoria) mais redação.
Ou seja: se, em 100 itens, o estudante acertou 75, a “nova nota” no teste objetivo seria 7,5. Isso corrigiria o que Oscar chama de "incompatibilidade de metodologia", já que a redação é a única não corrigida por TRI.
Ou seja: se, em 100 itens, o estudante acertou 75, a “nova nota” no teste objetivo seria 7,5. Isso corrigiria o que Oscar chama de "incompatibilidade de metodologia", já que a redação é a única não corrigida por TRI.
Para Costa Filho, a universidade teria que matricular todos os classificados nas duas listas. "Quando a universidade se deparar, ela vai ver: as duas listas batem ou não batem? Elas não devem bater. Diante disso, [que se] preserve a matrícula de todos os candidatos, inclusive os que não coincidem, até que, no final do processo, se decida o mérito da questão", disse.
Efetivação de matrícula pode dar "problema", diz procurador
Questionado se a matrícula de mais alunos que o número de vagas oferecidas pelas universidades não seria prejudicial -já que elas poderiam ter que comportar até duas vezes o número previsto de estudantes-, Costa Filho admitiu que a medida pode trazer problemas.
"Na efetivação, a gente vai ter problema. A gente quer que o direito seja preservado agora. Ou ele [juiz] congela a situação, ou não tem mais jeito.". Consultado, o MEC (Ministério da Educação) afirmou que ainda não foi notificado oficialmente e que só responde ao Ministério Público por via judicial.
Questionado se a matrícula de mais alunos que o número de vagas oferecidas pelas universidades não seria prejudicial -já que elas poderiam ter que comportar até duas vezes o número previsto de estudantes-, Costa Filho admitiu que a medida pode trazer problemas.
"Na efetivação, a gente vai ter problema. A gente quer que o direito seja preservado agora. Ou ele [juiz] congela a situação, ou não tem mais jeito.". Consultado, o MEC (Ministério da Educação) afirmou que ainda não foi notificado oficialmente e que só responde ao Ministério Público por via judicial.
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