Hoje tem
Assembleia Geral dos Professores, que poderá deflagrar uma nova paralisação;
parte da categoria defende a greve, mas teme que outros grupos tenham se
intimidado pela tensão dos últimos dias
Fonte: O Povo (CE)
Em clima de pressão por todos os
lados, os professores da rede estadual voltam a se reunir hoje em assembleia
geral para decidir mais uma etapa da crise que marcou a relação com o Governo
Cid Gomes (PSB) em 2011.
Parte da categoria mantém a defesa de nova greve, mas teme que outros grupos tenham se intimidado pela tensão dos últimos dias – sentimento que foi captado pelo O POVO, ontem. Mesmo insatisfeitos com as propostas do Executivo, alguns já admitem que votarão contra a paralisação.
Parte da categoria mantém a defesa de nova greve, mas teme que outros grupos tenham se intimidado pela tensão dos últimos dias – sentimento que foi captado pelo O POVO, ontem. Mesmo insatisfeitos com as propostas do Executivo, alguns já admitem que votarão contra a paralisação.
Os motivos vão do medo de
represália às recentes reivindicações de pais de alunos, que têm se unido para
protestar contra a interrupção das aulas.
“Eu sou a favor da greve, por conta da mentira que está sendo colocada pelo Governo. Mas, ao mesmo tempo, vou votar contra, pelas circunstâncias. Sei que se eu não for trabalhar, vou sofrer punições. E também tem a questão de se colocar no lugar do aluno”, explicou o professor Cláudio Meneses, da Escola César Cals, em Fortaleza.
“Eu sou a favor da greve, por conta da mentira que está sendo colocada pelo Governo. Mas, ao mesmo tempo, vou votar contra, pelas circunstâncias. Sei que se eu não for trabalhar, vou sofrer punições. E também tem a questão de se colocar no lugar do aluno”, explicou o professor Cláudio Meneses, da Escola César Cals, em Fortaleza.
O docente Jair Alves, da Escola
Eliezer de Freitas Guimarães, é outro que já não acredita na possibilidade de
greve. “O Estado conseguiu o que queria: desmobilizar a categoria, de tanta
pressão. O próprio sindicato se diz contra a paralisação”, opinou.
O POVO tentou contato, durante
toda a tarde e início da noite de ontem, com diretores do Sindicato dos
professores do Ceará (Apeoc), mas os telefones encontravam-se desligados. Uma
funcionária informou que a cúpula havia se reunido a portas fechadas, mas que
não tinha conhecimento do teor da conversa.
Pela greve
Mesmo com toda a tensão, há um grupo que mantém a decisão de votar pela greve. “Todas as zonais que se reuniram pelo Estado deliberaram pela greve, porque, após 30 dias e depois mais 15 dias, a proposta do Governo não acena quanto à principal reivindicação que é a repercussão do piso na carreira”, disse Rosa da Fonseca, integrante do movimentos das zonais, membro do Movimento Crítica Radical.
Mesmo com toda a tensão, há um grupo que mantém a decisão de votar pela greve. “Todas as zonais que se reuniram pelo Estado deliberaram pela greve, porque, após 30 dias e depois mais 15 dias, a proposta do Governo não acena quanto à principal reivindicação que é a repercussão do piso na carreira”, disse Rosa da Fonseca, integrante do movimentos das zonais, membro do Movimento Crítica Radical.
Ontem à tarde, ela organizou uma
caminhada em defesa da greve, que saiu da praça da Bandeira em direção à praça
do Ferreira. Muitos estudantes compareceram. Segundo Rosa, não havia muitos
professores na manifestação, para não interromper as aulas, sem que a greve
fosse deflagrada.
Ela diz ter recebido denúncias de que as Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação do Estado do Ceará (Credes) têm oferecido transporte para a Assembleia Geral apenas para os professores que assinarem um termo se comprometendo a votar contra a greve. “Essa é uma tentativa de interferir diretamente na decisão. É pressão, ameaça, intransigência”, criticou.
Ela diz ter recebido denúncias de que as Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação do Estado do Ceará (Credes) têm oferecido transporte para a Assembleia Geral apenas para os professores que assinarem um termo se comprometendo a votar contra a greve. “Essa é uma tentativa de interferir diretamente na decisão. É pressão, ameaça, intransigência”, criticou.
ENTENDA A NOTÍCIA
A Secretaria de Educação estuda saídas caso haja nova greve. A secretária Isolda Cela disse que poderá haver um “banco de professores”, com os que quiserem se manter em sala de aula, para substituir os que fizerem paralisação
A Secretaria de Educação estuda saídas caso haja nova greve. A secretária Isolda Cela disse que poderá haver um “banco de professores”, com os que quiserem se manter em sala de aula, para substituir os que fizerem paralisação
SERVIÇO
Assembleia Geral dos professores
do EstadoQuando: 25/11, às 8 horas
Onde: Ginásio Paulo Sarasate
Outras informações: Credenciamento a partir das 7 horas
Saiba mais
A crise entre os professores da rede estadual e o Governo Cid Gomes (PSB) começou em agosto deste ano, quando a categoria deflagrou uma greve que durou 63 dias.
A crise entre os professores da rede estadual e o Governo Cid Gomes (PSB) começou em agosto deste ano, quando a categoria deflagrou uma greve que durou 63 dias.
Durante a paralisação, houve
vários episódios de confronto e acirramento entre as duas partes. Passeatas em
frente ao Palácio da Abolição, quebra-quebra e agressões na Assembleia
Legislativa, infindáveis rodadas de negociações e vários recursos à Justiça
marcaram o período.
Após tumultuada reunião, no
último 7 de outubro, a mobilização deu sinais de cansaço e os professores
decidiram suspender a greve, mas prometeram continuar na luta pelas
reivindicações sob ameaça de nova interrupção. O número de educadores
contrários e favoráveis ao retorno às atividades foi parecido, o que acabou
provocando protestos na ocasião.
Hébely Rebouças
hebely@opovo.com.br
Lucinthya Gomes
lucinthya@opovo.com.b
lucinthya@opovo.com.b
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