Sindicato
reconhece que boa parte dos professores voltou às aulas no interior, mas afirma
que movimento voltou a ganhar força
Fonte: iG
Daniel Aderaldo, iG Ceará
A greve dos professores da rede
estadual do Ceará está concentrada em Fortaleza. Na capital cearense, a adesão
atinge quase 70% das escolas. No interior, contudo, segundo a Secretaria de
Educação do Ceará (Seduc), 13% das escolas têm salas de aulas vazias.
O Sindicato dos Professores do
Ceará (Apeoc) reconhece que o movimento sofreu baixas nas últimas semanas em
municípios do interior, mas afirma que a sangria foi estancada e que, diante
dos últimos capítulos da queda com governo do Ceará, a situação está se revertendo.
Das 154 escolas da rede estadual
em Fortaleza, 120 estão afetadas pela greve atualmente, de acordo com a Seduc.
O Sindicato Apeoc não tem um balanço oficial sobre o panorama atual das adesões
na capital. A reportagem do iG apurou e o número oficial divulgado condiz com o
que se observa nas escolas.
Após 56 dias de paralisação,
embora a greve permaneça forte na capital, é no interior, onde estão 73% das
escolas do Estado, que está o maior contingente de professores. Das 475 escolas
distribuídas pelos 183 municípios do interior, a Seduc estima que apenas 63
estejam sem aulas.
A direção do Sindicato Apeoc diz
que só terá um panorama preciso do quadro no interior na próxima segunda-feira
(3). Segundo os sindicalistas, a assembleia realizada na manhã desta
sexta-feira (30), com a presença de mais de mil participantes muitos do
interior – mostrou que os educadores que estavam dando aulas voltaram a
paralisar as atividades.
Dois fatos estariam provocando
esse fenômeno. Em primeiro lugar, a insatisfação da categoria com o reajuste
proposto pelo governo e aprovado pelos deputados, que contempla 130
professores, e deixa de fora outros 35 mil, entre ativos e inativos. Em
segundo, a revolta com as cenas de violência do conflito entre manifestantes e
policiais na Assembleia.
A suspensão da greve e o retorno
às aulas chegou a ser defendido pela direção do sindicato quando o comando de
greve foi recebido pelo governador Cid Gomes (PSB). Eles tiveram a promessa de
que várias reivindicações seriam atendidas, desde que houvesse uma trégua na
greve. Contudo, o sindicato não conseguiu convencer a maioria na assembleia,
inclusive atribuindo a derrota a interferência de grupos da extrema-esquerda.
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