A paralisação pode atingir cerca
de 1.200 escolas e deixar 800 mil alunos sem aulas
Fonte: Diário do Pará (PA)
Em assembleia geral realizada na manhã de ontem, em
Belém, os professores do ensino médio e fundamental da rede estadual de ensino
decidiram cruzar os braços a partir de segunda-feira, dia 26. A paralisação pode
atingir cerca de 1.200 escolas e deixar 800 mil alunos sem aulas.
Os professores reivindicam pagamento imediato da
diferença entre o que recebem hoje e o piso nacional do magistério, de R$
1.187. Esse valor foi aprovado pelo Congresso e referendado pelo Supremo
Tribunal Federal após ser contestado judicialmente por cinco governadores.
Segundo cálculos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
do Pará (Sintepp), a diferença seria de R$ 97, mas o governo apontou a possibilidade
de pagar R$ 27. “Esse piso já vai ser reajustado e nós nem conseguimos receber
ainda o valor de R$ 1.187” ,
diz a coordenadora-geral do Sintepp, Conceição Holanda.
O governador do Pará, Simão Jatene, reuniu neste
mês os servidores da Educação. Disse que pagaria 30% do que falta para
chegarem ao piso e prometeu também antecipar, já para setembro, a implantação
do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) dos professores, aprovado
pela Assembleia Legislativa em junho de 2010. A previsão é de que o plano comece a ser
implementado em outubro. Na assembleia de ontem de manhã, contudo, os
professores decidiram manter a proposta de paralisação para tentar receber o
piso nacional integral. “Fizemos nossos cálculos e o que será acrescido no
salário base dos professores são R$ 27” ,
ressalta o coordenador do Sintepp/Belém, Elói Borges.
Para Borges, a antecipação da implantação do PCCR
foi uma manobra do governo para tentar acalmar os ânimos dos professores, já
que não pagaria o valor necessário para que os professores chegassem ao piso
nacional. A partir de hoje, o Sintepp começa a mobilização em todo o Estado.
Nesta quinta e sexta-feira, haverá aula normal. “Vamos esclarecer aos pais e
aos alunos as razões da greve”, diz Conceição Holanda. Ontem mesmo o Sintepp
enviou ofício à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) pedindo
audiência de negociação na segunda-feira.
Em nota enviada à redação, a Seduc diz que respeita
o direito de greve dos trabalhadores, mas lamenta a paralisação principalmente
em função dos alunos, que já tiveram o calendário escolar comprometido por
greves anteriores.
Ainda na nota, a Seduc diz que o governo do Estado
“mostrou todo o esforço em implantar o PCCR, apesar da dificuldade orçamentária
encontrada no início deste ano - deixada pelo governo passado”. “A atual gestão
estadual fez os ajustes necessários no plano, aprovado no ano anterior, mas não
colocado em prática em 2010. O atual governo cumpriu com a promessa e implantou
o PCCR”.
Em relação ao piso salarial, segundo a nota, a Seduc
aguarda uma sinalização do Ministério da Educação, que irá dar a
complementação necessária a fim de que sejam pagos os 100%.
A greve deve tumultuar o calendário escolar da rede
pública estadual. De acordo com informações do próprio Sintepp, há escolas como
a Almirante Tamandaré, em Belém, que só iniciaram as aulas no segundo semestre
por reformas no prédio. (Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário