A
greve do magistério na rede estadual, que chega hoje ao 51º dia, vai continuar;
esta foi a decisão da maioria dos mais de cinco mil professores presentes,
ontem, à assembleia estadual
Fonte:
Diário Catarinense (SC) e Jornal de Santa Catarina (SC)Para o governo, o voto representa a vontade de uma minoria, já que das 30 assembleias regionais feitas na segunda e terça-feira, 17 decidiram pelo final da paralisação.Terminada a assembleia, os professores saíram em passeata até a Secretaria da Educação.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), eram 5 mil professores. A Polícia Militar avaliou entre 2 e 3 mil presentes.
Mesmo com a decisão pela continuidade, o governo voltou a afirmar que as negociações terminaram. Hoje, será encaminhado à Assembleia Legislativa o projeto de lei complementar, com o texto da proposta apresentada no último domingo, em que parte dos percentuais da regência de classe – uma gratificação sobre o salário-base – é recomposta a partir de agosto.
A decisão é do governador Raimundo Colombo. Segundo ele, a atitude respeita a maioria dosprofessores que votaram, em assembleias regionais, pelo retorno às aulas, contrariada pela assembleia estadual.
– Quando isso acontece, a greve passa a não ter sentido e passa a ser política, com prejuízo à Educação e aos alunos – afirmou Colombo, em viagem ao Alto Vale do Itajaí.
Com esta última proposta, segue valendo a formação de um grupo de trabalho, com que terá quatro representantes dos professores, para discutir a tabela salarial do magistério, alterada pela proposta do governo.
– A partir de agora, qualquer negociação será feita dentro deste grupo. O governo chegou ao limite – ressaltou o Secretário da Educação, Marco Tebaldi, que considera que a greve “virou um movimento político e perdeu o bom senso”.
Se, para o governo, as negociações terminaram, o comando de greve do Sinte estará reunido, hoje, para decidir quais serão as próximas medidas. A categoria reivindica a aplicação do piso, com manutenção das diferenças nos níveis salariais.
– Os professores querem saber de que maneira o governo vai recompor a tabela salarial deles. Querem prazos e uma certeza de que isso será feito – ressaltou o diretor do Sinte, Aldoir Kraemer.
A assembleia de ontem foi marcada por vaias e xingamentos sempre que um professordefendia o fim da greve ao microfone. A coordenação do Sinte também foi criticada. Alguns professores chegaram a propor a mudança dos nomes que lideram as negociações.
Mas a situação não incomoda a cúpula do sindicato. – Estou muito tranquila pelo trabalho que tem sido feito. Tudo que Sinte fez até agora foi pela defesa da categoria – argumentou a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin.
JÚLIA ANTUNES LORENÇO
julia.antunes@diario.com
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