Na última semana, o governo
catarinense aprovou um projeto na Assembleia Legislativa estipulando os
vencimentos da classe para o próximo ano
Fonte: Terra
FABRÍCIO ESCANDIUZZI
Direto de Florianópolis
Direto de Florianópolis
Os professores da rede estadual de Santa Catarina
decidiram, no início da noite desta segunda-feira, pôr fim a uma greve que já
durava mais de dois meses. Em assembleia estadual realizada em Florianópolis, a
classe optou por voltar às salas de aula após 62 dias de paralisação. Mesmo
assim, ressalvaram, o estado de greve continua.
Na última semana, o governo catarinense aprovou um
projeto na Assembleia Legislativa estipulando os vencimentos da classe para o
próximo ano. O texto determinou que o magistério passasse a receber salários
superiores ao piso nacional da categoria, mas, ao mesmo tempo, reduziu os
porcentuais de uma série de benefícios da carreira, como a regência de classe e
o quinquênio.
Nesta segunda, cerca de 2 mil professores, segundo
a Polícia Militar, reuniram-se na região central de Florianópolis. A classe
optou, quase que por unanimidade, em recuar na greve e voltar às salas de aula.
Mesmo assim, muitos manifestantes ostentaram faixas e cartazes pedindo a prisão
e o impeachment do atual governador, Raimundo Colombo (PSD).
Um dos principais motivos pela desistência da greve
foi a decisão da Justiça em autorizar o governo do Estado a descontar os dias
parados dos professores. "Vamos retornar às aulas, mas sem desistir do
movimento", disse a coornadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
do Estado (Sinte), Alvete Bedin. "A luta continuará e estaremos atentos
aos passos do governo."
A assembleia definiu que os professores devem
retornar ao trabalho já na próxima terça-feira. Apesar do retorno, os 700 mil
alunos matriculados na rede estadual ainda correm o risco de ver o ano letivo
comprometido: segundo a Secretaria de Educação de Santa Catarina, a reposição
de aulas deve durar até o dia 30 de dezembro.
Também foi decidido no evento de hoje que uma
comissão vai acompanhar o andamento da proposta aprovada pelo governo na última
semana na Assembleia. Durante a sessão, houve tentativa de invasão do plenário,
e a tropa de choque da Polícia Militar precisou cercar o prédio para evitar que
os deputados estaduais fossem agredidos pelos professores.
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