Em assembleia nesta quarta-feira,
os professores decidiram manter a greve
Fonte: Terra
FABRÍCIO ESCANDIUZZI
Direto de Florianópolis
Direto de Florianópolis
Cerca de dez mil professores da rede estadual de
ensino de Santa Catarina, segundo os cálculos da Polícia Militar, realizaram
uma manifestação na tarde desta quarta-feira em Florianópolis. Em greve há 50
dias, a classe rejeitou a proposta apresentada pelo governo estadual durante
assembleia realizada na Passarela Nego Quirido, local utilizado para desfile
das escolas de samba da capital.
A decisão de manutenção da greve chegou a ser
comemorada com foguetório pelos professores que lotaram as arquibancadas.
Durante a definição pela continuidade da paralisação houve vários momentos de
tensão. A maioria rejeitou a proposta apresentada pelo governador Raimundo
Colombo e os grupos que se manifestaram pelo fim da greve foram vaiados pelos
manifestantes. Alguns chegaram a ser ofendidos durante os pronunciamentos.
A categoria exige o cumprimento do piso salarial
nacional e a manutenção dos abonos e benefícios. O governo, por outro lado,
admitiu cumprir o piso, mas apresentou uma proposta de redução dos outros
rendimentos da classe.
Os professores querem que o piso nacional seja o
salário inicial, pago sem a retirada dos benefícios que estão na folha de
pagamento. O governo concorda com o pagamento do piso e chegou a apresentar uma
proposta de salário de R$ 1.483. O ponto que gera controvérsia é que a proposta
não significaria um salário "real", pois o Estado somaria os
adicionais e benefícios da classe para se obter o valor proposto.
Após a assembleia, os professores seguiram para o
prédio da secretaria da Educação, no centro de Florianópolis, onde pelo menos
cem manifestantes estão acampados desde a terça-feira da semana passada.
A greve dos professores de Santa Catarina afeta
cerca de 700 mil alunos há quase dois meses. A estimativa do próprio Sindicato
dos Trabalhadores da Educação (Sinte-SC) é a de que o ano letivo esteja
comprometido na rede estadual de ensino
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