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sábado, 18 de junho de 2011

EDITORIAL: EDUCAÇÃO EM GREVE



''Que o Sintep veja a Educação com a amplitude que somente ela tem, por ser o canal que ensina e molda jovens'', afirma editorial
Fonte: Diário de Cuiabá (MT)

Greve é o último argumento do professor, que somente deve lançar mão desse expediente quando toda a argumentação em defesa de seus direitos e todos seus reclames por justa melhoria salarial lhe forem negados pelo poder público ou empresa privada de Educação.

Toda greve na Educação compromete o ano letivo de 200 dias e suas consequências são sentidas pelos alunos. Portanto, as lideranças classistas dos professores e demais servidores do setor devem refletir sobre radicalização de movimento em defesa salarial.

Desde o dia 6, os 447 mil alunos da rede estadual de Mato Grosso estão fora das salas de aula das 724 Escolas dispersas nos 141 municípios, porque professores e servidores cruzaram os braços numa greve que nem mesmo os grevistas sabem até quando poderá se arrastar.

Duas são as justificativas apresentadas para a greve: convocação imediata dos 2.801professores aprovados em concurso público no ano passado e aumento salarial de 15,07% para ser incorporado à folha deste mês, o que se atendido elevaria o piso de professor de R$ 1.248,68 para R$ 1.312.

Por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) o governo responde concordando com o aumento, mas de modo escalonado. O reajuste é oferecido nas seguintes condições: 10% de imediato e 5,07% na folha de dezembro. Quanto ao chamamento dos professores a Seduc informa que 2.539 foram convocados por editais para assumirem suas funções e que os demais serão chamados até agosto.

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), que lidera o movimento e representa os grevistas não aceita a proposta do governo, que sempre esteve nas pautas de renegociação desde maio e que inclusive foi intermediada pela Assembleia Legislativa nesta semana, mas sem sucesso.

Por sua vez, a Seduc argumenta não o orçamento do Estado não permite o reajuste integral imediato; acrescenta ainda que 87% de sua receita orçamentária é destinada à folha salarial restando somente 13% para construção, custeio, merenda e transporte Escolar.

A julgar pelo posicionamento do Sintep e pela intensa movimentação grevista em vias públicas em Cuiabá e algumas cidades, a greve deve ser longa e, consequentemente muito prejudicial aos alunos.

Em respeito ao professor, aos alunos e seus pais é preciso que se encontre um ponto de equilíbrio entre as partes diretamente envolvidas na questão.

O impasse entre Sintep e Seduc não se sustenta na lógica. Ir de imediato além do orçamento é impossível, porque administração não se faz com aventura, mas observando o princípio da moralidade e as regras determinadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Que o Sintep veja a Educação com a amplitude que somente ela tem, por ser o canal que ensina e molda jovens para a vida. Um curto tempo de espera por pequeno percentual de aumento salarial é ônus que todo educador tem condições de pagar em nome de seus alunos. 

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