Nara Alves e Tatiana Klix, iG São Paulo | 05/01/2011 15:44
Novo
secretário de Educação quer reorganizar ensino fundamental e diz que termo
progressão continuada será abolido
O novo secretário de Educação do Estado
de São Paulo, Herman Voorwald, anunciou
nesta quarta-feira, 5, ao tomar posse, que fará uma reorganização do ensino
fundamental. Os alunos passarão por avaliações semestrais que nortearão uma
recuperação paralela aos que não tiverem aprendido o esperado.
A prova tem a intenção de avaliar o
aluno e os conteúdos que ele aprendeu, segundo o secretário. O já existente
Sistema de Avaliação de Rendimento do Estado de São Paulo (Saresp), que avalia
a rede de ensino a partir de provas e questionários respondidos por pais,
alunos e gestores, será mantido uma vez ao ano. “São coisas diferentes, a nova
prova serve para identificar se o aluno precisa de recuperação”, explicou.
O ex-reitor da Universidade Estadual
do Estado de São Paulo (Unesp) disse que não vai mais usar o termo progressão
continuada, instituído pelo próprio governo do PSDB em 1998. Segundo ele, o
termo está “abolido” da rede, mas a política de ciclos será mantida. “Guardem o
termo recuperação, ele será fundamental”, disse.
“Existe uma leitura de que a
progressão continuada é a grande responsável pela má qualidade da educação. No
entanto, por si só ela não o é. Em estados com bons resultados também existe
progressão continuada. O que se tem de fazer é uma reorganização do ensino
fundamental de nove anos”, afirmou o novo chefe da pasta.
O Estado de São Paulo vai continuar a
trabalhar com ciclos, mas mudanças podem ocorrer - hoje são dois, um do 1º ao
5º ano e outro do 6º ao 9º ano. Voorwald não quis adiantar qual é a proposta da
secretaria antes de discutir o tema com a rede de ensino. Mais cedo, em
entrevista à Band News FM, o governador Geraldo Alckmin afirmou que os ciclos
passarão a ter três anos.
A troca de nomes de programas já
existentes deve marcar o novo governo de Alckmin. O tucano já sinalizou que vai
mudar o nome do Sistema Integrado de Licenciamento (SIL) e da Universidade
Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) como forma de deixar com sua marca
ações que vinham do antecessor, também do PSDB, José Serra.
Convite
aos professores
Todas as modificações no ensino fundamental devem ocorrer a partir de 2012. Em uma tentativa de se aproximar dos professores, que estão entre os mais descontentes no funcionalismo público paulista, ele convidou sindicatos para uma reunião nesta quinta-feira, em que anunciará os planos e pedirá participação.
Todas as modificações no ensino fundamental devem ocorrer a partir de 2012. Em uma tentativa de se aproximar dos professores, que estão entre os mais descontentes no funcionalismo público paulista, ele convidou sindicatos para uma reunião nesta quinta-feira, em que anunciará os planos e pedirá participação.
“Todas as propostas serão discutidas
com a rede, vamos falar da reorganização do ensino fundamental e também do
plano de carreira para o professor e do programa de bonificação por mérito”,
disse.
Para a presidente do Sindicato dos
Professores (Apeoesp), Maria Isabel Noronha, não há problemas na progressão
continuada, mas no que chama de desvirtuamento da proposta de ciclos que
ocorreu em São Paulo, apelidada pelos professores de “promoção automática”:
“todos os alunos são aprovados independente de esforço”.
O sindicato vai apresentar amanhã
três reivindicações: reposição de perda salarial, mudanças no processo de
atribuição de aulas e contratação dos temporários com estabilidade.
Outro
projeto da secretaria para melhorar o desempenho dos estudantes paulistas é
aumentar o número de escolas com turno integral.
Creches
Para cumprir a promessa de campanha de Alckmin de construir 200 mil creches, o secretário anunciou que já existe um projeto em estudo de parceria com os municípios, no qual o governo vai fornecer as instalações e o material, e as prefeituras ficarão responsáveis pela mão de obra.
Creches
Para cumprir a promessa de campanha de Alckmin de construir 200 mil creches, o secretário anunciou que já existe um projeto em estudo de parceria com os municípios, no qual o governo vai fornecer as instalações e o material, e as prefeituras ficarão responsáveis pela mão de obra.
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