27/12/2010
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Orçamento doméstico, poupança, aposentadoria, seguros e financiamentos
farão parte oficialmente do currículo das escolas públicas a partir de 2012.
O governo federal editou, na semana passada, um decreto que instituiu a
Estratégia Nacional de Educação Financeira, uma série de iniciativas
pedagógicas voltadas às escolas e a adultos com o objetivo de erradicar o
analfabetismo financeiro no país.
Neste ano, 410 escolas públicas dos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Tocantins e Distrito Federal iniciaram aulas de
um projeto-piloto de educação financeira, que deverá chegar a mais de 200 mil
instituições de ensino oficial.
Em 2011, o projeto-piloto testará uma metodologia de educação financeira
voltada para escolas públicas do ensino fundamental.
Os educadores desenvolveram conteúdos adaptados de educação financeira
para todas as nove séries do ensino fundamental e as três do ensino médio.
O conteúdo de educação financeira será distribuído nas aulas de matemática,
história, ciências sociais e até português. Não haverá uma disciplina
específica para educação financeira.
A educação financeira nas escolas é incentivada pela OCDE (Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e faz parte do currículo escolar
de mais de 60 países.
As diretrizes são resultantes do trabalho conjunto de entidades do
mercado de capitais -como Febraban (bancos), Anbima (bancos e gestores) e
BM&FBovespa e dos reguladores CVM (ações e títulos de dívida), BC (bancos),
Susep (seguros) e Previc (previdência).
CURSOS PARA ADULTOS
Além da educação formal nas escolas, também estão previstas a modulação
de cursos à distância e iniciativas de treinamento em finanças pessoais
voltadas para adultos.
Segundo José Linaldo Gomes de Aguiar, secretário de relações
institucionais do Banco Central, serão criados cursos a distância voltados para
adultos, que ensinem a organizar o orçamento doméstico, a planejar a
aposentadoria e a utilizar bem os financiamentos.
O BC tem um curso presencial modulado de 20 horas, que leva a
universidades e a organizações.
"O importante é que as pessoas sejam bem informadas e tenham
consciência de suas decisões. São assuntos simples, que fazem muita diferença
para algumas pessoas", disse Aguiar.
Uma pesquisa nacional realizada em 2008 com apoio da BM&FBovespa
mostrou que é muito baixo o grau de educação financeira da população
brasileira.
Na pesquisa, três em cada dez entrevistados declararam pagar apenas o
valor mínimo da fatura do cartão de crédito quando a situação aperta. Já algum
tipo de restrição cadastral por falta de pagamento na praça foi a situação
observada em 25% dos entrevistados.
Por outro lado, 69% dos pesquisados afirmaram fazer algum tipo de
planilha para acompanhar os gastos da família, e 66% disseram que guardam os
comprovantes de suas compras.
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