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sábado, 19 de novembro de 2011

MAGISTÉRIO DEFLAGRA NOVA GREVE


Decisão foi acertada ontem em assembleia na Capital e lança preocupações sobre o futuro do ano letivo na rede estadual
Fonte: Zero Hora (RS)
A 35 dias do final do ano letivo, o magistério estadual deflagrou pela terceira vez seguida uma greve às vésperas das férias de verão.Em uma assembleia com presença modesta deprofessores, no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, a decisão de cruzar os braços lança dúvidas e preocupação a famílias de 1,1 milhão de alunos em relação à programação das férias e à participação em concursos vestibulares.

A Secretaria Estadual da Educação(SEC), porém, orienta os pais a mandarem os filhos para o colégio na segunda-feira.No final da tarde, a estudante de Direito Caroline Kherrmann, 22 anos, dirigia-se até umaEscola pública do bairro Menino Deus para buscar a filha Maria Eduarda, seis anos, quando topou com a caminhada dos professores em direção ao Palácio Piratini depois da votação pela paralisação por tempo indeterminado.

– Quando vi a movimentação, fiquei preocupada – conta. Ao chegar no colégio, já não sabia se a viagem marcada para depois do Natal rumo a Balneário Camboriú (SC) vai mesmo sair.

Todos os anos, a família ruma para o Estado vizinho a fim de aproveitar o período de descanso junto ao mar na casa de uma irmã. A mobilização do magistério, porém, colocou em suspense a programação. – Vamos ter de ver o que vai acontecer – lamenta a mãe.

Quem está prestes a deixar o colégio e tentar o vestibular, como a aluna do 3º ano doensino médio Sheila Loureiro da Rosa, 21 anos, também tem dúvidas sobre como terminará o ano. Sheila apoia a decisão dos professores, mas acredita que a adesão ao movimento será parcial.

– Na minha Escola, a direção é contrária à greve. Alguns professores vão continuar dando aula – avalia.A exemplo de Sheila, 75 mil estudantes da rede estadual cursam o último ano do ensino médio e deverão comprovar, na segunda-feira, o grau de adesão da categoria à convocação. O secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo, diz acreditar que “uma grande parcela” dos professores optará por continuar suas atividades nas Escolas.

– Não há nenhuma possibilidade de o Cpers ter êxito com esta paralisação. O governo não vai pagar o piso em 2011, porque não tem dinheiro para pagar – afirmou.

Círculo de pais recomenda levar os alunos à Escola
O secretário também determinou que os dias parados devem ser registrados no ponto e descontados do salário dos grevistas.Para a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, osprofessores têm razões suficientes para cruzar os braços e enfrentar o governo: – O que estão em jogo é a história de luta do sindicato, o piso nacional e nosso plano de carreira – sustentou.

A categoria exige que o governo pague o piso nacional, estabelecido em R$ 1.187, e retire da pauta propostas de alterações no sistema de promoções da categoria, na avaliação do magistério e de reforma do ensino médio. O piso estadual para 40 horas está em torno de R$ 800.

A SEC e o presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS, Robison Minuzzi, afirmam que os pais devem encaminhar os filhos para os colégios. – Não concordamos com o período da greve. Como não fomos consultados, agora é a hora de mostrar a força dos pais – afirma Minuzzi.

Possíveis prejuízos

PLANOS DE FÉRIAS
Os dias sem aula deverão ser recuperados após o fim da greve, o que deve prolongar o ano letivo para o prazo inicialmente previsto de 23 de dezembro e comprometer férias das famílias.

VESTIBULAR
Para a federação que reúne pais de alunos da Escolapública, a greve às vésperas do vestibular compromete o ritmo de estudo, e a qualidade das aulas recuperadas não é a mesma. Outro possível problema, é a falta do certificado de conclusão do ensino médio para matrícula na universidade.

COMO LIDAR COM A GREVE
A SEC orienta os pais a mandarem os filhos para as Escolas. Veja algumas dicas para reduzir transtornos:- Antes de cancelar em definitivo planos de viagem, verifique qual será a adesão da greve na Escola do seu filho- Antes de deixar o filho na Escola, veja se ela está em condições de receber o aluno – principalmente no caso de crianças pequenas.- Pais que trabalham, por precaução, devem procurar uma alternativa para deixar os filhos, caso aEscola paralise.

MARCELO GONZATTO
marcelo.gonzatto@zerohora.com.br 

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