Até o
momento, reuniões entre o comando da greve e o governador Jaques Wagner foram
realizadas, porém a categoria decidiu continuar com o movimento
Fonte: Tribuna da Bahia (BA)
A continuidade da greve dos
Professores da rede estadual, que dura 58 dias, superando o recorde anterior de
tempo de paralisação da categoria, de 56 dias, registrado em 2007, causa
polêmica. Até o momento, reuniões entre o comando da greve e o governador
Jaques Wagner foram realizadas, porém a categoria decidiu continuar com o
movimento.
Cerca de 1,1 milhão de Alunos
estão sem aulas no Estado, causando indignação aos pais e responsáveis. Na
próxima terça-feira, os Professores realizarão assembleia, às 9 horas, para
decidir os rumos do protesto.
Iniciada em 12 de abril, a greve
dos Professores estaduais foi marcada por rodadas de negociações e desacordos
entre as partes envolvidas.
Seis dias após o início do
movimento, os Docentes decidiram acampar na Assembleia Legislativa (AL-BA) com
o objetivo de pressionar o governo a conceder o reajuste linear imediato de
22,22% nos salários. Wagner declarou não ter condições orçamentárias e o
governo concedeu o aumento apenas para Professores que não tem curso superior,
desagradando a categoria.
Segundo o coordenador geral do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia (APLB-Sindicato),
Rui Oliveira, o recorde da greve ocorreu por causa da demora nas negociações.
“É inconcebível que o governo só
tente acordo com os Professores, após quase 60 dias. Quando ouve a greve da
Polícia Militar no Estado, trouxeram coronel, general e muitas outras
autoridades. Só que para a Educação não é dada a mesma importância”, disse.
Durante última negociação com a
categoria, Wagner consentiu promoção, por meio de curso online, com ganho real
de 7%, em novembro de 2012 e mais 7% em abril de 2013, somado aos reajustes já
concedidos este ano (6,5%), o que resultaria em ganho total de 22 a 26%.
Porém, os grevistas alegaram que
cerca de 8 mil profissionais da área de Educação não serão contemplados pela
proposta. Entre eles estão Professores aposentados, afastados por conta de
licença médica e os recém concursados em estágio probatório. Cerca de 1,5 mil
Professores participaram da assembleia.
RETROSPECTIVA - De acordo com contagem realizada pela Tribuna,
além das assembleias, a APLB, organizou manifestações, panfletagens e
caminhadas, em busca do apoio da população para o movimento. No dias sete do
mês passado, o arcebispo, Dom Murilo Krieger foi chamado para intermediar as
negociações entre Governo e Professores, mas não houve acordo e a categoria
organizou uma feira livre de hortifrutigranjeiros na Piedade, como forma de
protesto.
No dia 9 de maio, quando a greve
completava 30 dias, os Professores fizeram caminhada da Praça do Campo Grande
até a Municipal, chamada de Marcha da Família. O objetivo era protestar contra
o corte do ponto da categoria, que atingiu inclusive Professores
aposentados.
No último dia 16, os estudantes
organizaram-se no Centro Administrativo da Bahia (CAB) em protesto contra a
greve. No final de maio, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) afirmou que iria
recorrer da liminar dada pela Desembargadora Lícia Laranjeira, que determinava
que o Governo devolvesse aos Professores grevistas os salários cortados.
Revoltados com o desamparo aos
Alunos, a Associação de Pais e Mães de Alunos da Escola Pública Serra Valle,
organizaram protesto contra paralisação da categoria. “Tá todo mundo noticiando
sobre as reuniões, assembleias e ninguém olha para a situação dos Alunos e
pais. Muitos iriam prestar vestibular ano que vem. Como vai ficar essa
situação”, protestou Célia Maria Cardoso, 47 anos, mãe de um Aluno da rede
estadual.
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